Nós e as Paraolimpíadas

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Numa conversa, um amigo relatou-me que não se agradava em assistir as paraolimpíadas, pois sentia-se desconfortado e ansioso. Não soube explicar-me com clareza este seu sentimento. Disse a ele que acompanhei a abertura e emocionei-me. Assisti a algumas provas que me botaram a chorar. Só em escrever este texto me comovo.

Pensei sobre o que ouvi e quero dividir com vocês a minha percepção. Acho que meu amigo não se agradou das paraolimpíadas porque todos nós preferimos nos sentir como atletas olímpicos, como se fossemos poderosos, potentes e maravilhosos para sempre. Nós somos potencialmente paraolímpicos, pois amanhã poderemos estar doentes, limitados e incapacitados para uma vida plena. Lembram do Schumacher? Campeoníssimo da Fórmula 1, hoje em coma. Não me refiro só às limitações físicas, mas também a prejuízos psíquicos e emocionais, que em decorrência de sua intensidade poderão nos levar para situações de deficiência e padecimentos diante das exigências da vida. Neste segundo caso, a possibilidade de não percebermos estas nossas limitações é grande. Gera ansiedade a ideia de adoecer, ficar inválido, depender dos outros, envelhecer e morrer!


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