Comunicação virtual: aproxima ou afasta?

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Que o aumento do tráfego das ideias, a ausência da distância geográfica e a facilidade de acesso modificaram o mundo, isso é fato!  Tudo coexiste e tudo está mais ao alcance de todos. É a chamada popularização dos meios de comunicação.  Podemos utilizar a tecnologia para aumentarmos nossa rede de amigos, para trocar informações, para trabalhar, entre várias outras atividades.

Entretanto, é  importante utilizá-la com sabedoria.

As ferramentas tecnológicas podem aproximar as pessoas mas, também, podem isolá-las aumentando a distância afetiva entre as pessoas, dependendo do intuito de quem as usa. Elas não substituem a importância do contato pessoal.

Vejo, ao meu redor, como as pessoas têm dificuldades em manter contato com as demais. O meio tecnológico pode facilitar esse distanciamento já existente. Hoje em dia, é bastante comum ver alguém em um restaurante ou em uma loja com a atenção mais voltada ao seu celular do que para as situações e pessoas que estão ao seu redor. É muito importante que exista um equilíbrio entre mundo virtual e real, para que a comunicação digital não seja prejudicial aos relacionamentos pessoais “reais”.

A mudança de cidade ou de país faz com que pessoas queridas fiquem distantes fisicamente, não estejam mais por perto todos os dias, para rir, chorar, aconselhar. Se fossemos do tempo que o telefone era artigo de luxo, de fato as coisas seriam mais complicadas. Atualmente, as tecnologias de comunicação eletrônica como Skype, MSN e e-mail têm sido as alternativas encontradas por muita gente para matar a saudade de quem está longe. São ferramentas que encurtam os limites geográficos. A tecnologia alia distância à facilidade de acesso rápido.

Se um grande amigo, um familiar, alguém que amamos muda de cidade ou de país, essas ferramentas podem nos auxiliar muito, muito mesmo. Auxiliam a nos sentirmos mais próximos, mais conectados, com menos saudades. Mas com todas esses novos adventos, o que tenho visto, são pessoas em um mesmo escritório, em um mesmo edifício, na mesma casa, em uma mesma cidade,  falando entre si, utilizando-se apenas dessas ferramentas, dispensando o contato pessoal.

Acredito que esse tipo de comportamento aumenta muito a distância afetiva entre as pessoas, o contato pessoal fica muito empobrecido.

A mídia de hoje favorece muito o estereótipo da mulher e do homem “ideal” e com isso, muitas pessoas se sentem fora deste modelo e acabam se fechando num mundo muito particular, com medo de exporem-se e não se sentirem aceitas. Talvez até pelo fato de não possuírem uma boa autoimagem.
No mundo virtual a pessoa pode “se expor sem se expor”, pode desconectar-se sem dar explicação a qualquer momento. No mundo real, esse tipo de atitude pode causar grande constrangimento.

Suponha que algumas pessoas podem revelar melhor seu verdadeiro “eu” para outros na Internet, tendo mais facilidade do que no contato face a face. Essas pessoas podem ser mais propensas a formar relacionamentos íntimos on-line. No meu ponto de vista, não há problema em utilizar-se dessas ferramentas para conhecer pessoas. Penso que é essencial que depois, os relacionamentos virtuais sejam trazidos para as vidas reais. Ou seja, num primeiro momento, os contatos sociais e interpessoais dão-se em nível virtual, cabendo a cada um dos envolvidos determinar sua continuidade. Depois disso, o relacionamento virtual pode, ou não, materializar-se na realidade, concretizando as relações iniciadas no ciberespaço.

Existe sim a necessidade de um contato real para o desenvolvimento de um relacionamento mais sólido. O essencial é que as pessoas não se tornem reféns da tecnologia e deixem de lado outras atividades que não dependam dela.

Gabriela Tombini
Psicóloga


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