As inseguranças médicas

Compartilhe

A relação de confiança e empatia entre médico e paciente é fundamental para a boa evolução de um tratamento. Além desta boa relação, espera-se que o resultado deste acompanhamento médico seja exitoso.

Existem situações, que a enfermidade não melhora apesar das diferentes abordagens terapêuticas. Quando os pacientes e os familiares se deparam com uma situação desta natureza, não sabem o que fazer.

Geralmente entregam-se nas mãos do médico e de Deus.

Diante de um fato desta natureza, o mais adequado seria que o profissional e/ou os familiares, sugerissem escutar a opinião de um outro colega.

Claro que isto não é comum, pois, o paciente e os familiares, não se sentem à vontade para uma atitude desta natureza. A tendência do médico é não encorajar uma segunda opinião. A razão desta postura poderia estar ligada ao temor que esta conduta demonstrasse fragilidade ou insegurança do profissional. Um outro receio poderia ser a exposição de seu trabalho aos olhos de outro colega.

Na área da psiquiatria a situação é mais crítica, já que o paciente tem pouca capacidade de avaliar a evolução de seu tratamento. Os diagnósticos realizados pelos psiquiatras costumam ser subjetivos. Não temos recursos de exames de sangue ou de imagem que nos auxiliem, como ajudam as outras especialidades médicas. Os resultados do tratamento psiquiátrico a base de remédios, é mais fácil de se avaliar.

Quando o acompanhamento segue a linha de uma psicoterapia, a avaliação dos resultados é mais complexa. Muitas vezes, o paciente percebe que a terapia não vai bem. Pode não entender a linguagem do terapeuta e consequentemente não obter benefícios. É comum o paciente depositar em si a responsabilidade pelo fracasso da terapia.

Frequentemente, recebemos informações de acompanhamentos psiquiátricos com finais trágicos, sem que o terapeuta, o paciente e a família pensassem na busca de uma outra opinião.

Estou fazendo esta reflexão com o objetivo de estimular pacientes e médicos, a pensarem na possibilidade de buscarem uma segunda opinião médica nos tratamentos com resultados insatisfatórios.

Com certeza, o médico que compartilhar com um colega situações de difícil evolução terá melhores resultados e diminuirá o risco de processos judiciais que os mesmos têm enfrentado.

Dr. Nelio Tombini
Psiquiatra
Diretor da Psicobreve


Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

×
Iniciar conversa
Precisa de ajuda?
Olá! Podemos ajudar?