Depressão versus Depressão

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Está muito na moda o diagnóstico de depressão, o que por um lado é bom, pois, desta forma, muitas pessoas não diagnosticadas terão ajuda para esta doença. Refiro-me aqui, a aquela depressão de origem biológica, bioquímica.

Por outro lado, há um excesso deste diagnóstico, o qual é outro tipo de depressão, que não responderá a remédios e que poderá ter um “papel protetor” na vida de algumas pessoas.

Parece uma conversa de louco, mas vou tentar explicar. Existe depressão que tem um componente bioquímico, familiar e genético, onde as medicações ajudam. São situações que o sujeito pode adoecer sem que tenha razões concretas. Claro, que alguns que tenham pré-disposição genética, adoecem com pequenos fatores desencadeantes do dia a dia.

O que mais percebo na minha atividade de terapeuta é a presença de sintomas depressivos, que não caracterizam uma doença. Exemplo: alguém pode ter febre, tosse, catarro, dor no peito e não ser pneumonia, mas uma forte gripe. Parece pneumonia, mas não é.

Vale o mesmo raciocínio para a depressão. A pessoa sentirá desânimo, tristeza, choro, que fazem parte da depressão, mas estes sintomas seriam decorrentes de uma má qualidade de vida. Aqui está o perigo, onde o sujeito poderá esconder-se atrás destes sofrimentos e virar de costas para a vida. “Nada consigo fazer, tudo dá errado na minha vida, sou um fracassado, etc.”.

O ser humano tende a desenvolver sofrimento emocional (ansiedade e depressão) como sinalização de que alguma coisa não vai bem. É como a febre. Ela é nossa amiga, pois sinaliza que algo não vai bem com nosso corpo e nos empurra para procurar ajuda. Costumo dizer, que ansiedade e sintomas depressivos também são bem-vindos, pois nos “cutucam” para que possamos esclarecer o que se passa em nossas mentes.

Quando estamos minados por sintomas depressivos, nossa vida passa a não ter graça. Trabalhar, passear, namorar, sair com os amigos ou estar com a família, nada traz prazer.

Meu artigo objetiva tocar algumas pessoas, para as quais a vida é um fardo e sem muito sentido. Viver é muito difícil e a todo o momento sofremos revezes, alguns evitáveis, outros não. O importante é que você tenha atenção para as “armadilhas” que possa estar criando para si próprio.

Brinco, falando sério, que somos analfabetos psíquicos, pois temos pouco contato com nossos sentimentos e emoções. Quem tem mais intimidade com este lado da vida, com certeza terá mais sucesso e bem-estar. Como buscar esta intimidade? Através de leituras, palestras, bate-papos intimistas com amigos ou uma psicoterapia.

Dr. Nelio Tombini
tomba@terra.com.br
Diretor da psicobreve.com.br


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